segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Racismo


Enquanto andava a fazer zapping pela internet, encontrei um site no mínimo peculiar.
Trata-se de uma organização online que defende que o gosto pelo Metal não justifica o racismo e a xenofobia e que as letras não têm um conteúdo político ou racista contrariamente ao que se pensa.
A verdade é que poderia adoptar uma visão romântica e dizer que têm toda a razão ou posso simplesmente e é o que pretendo fazer, ter uma atitude mais realista e opinar sobre o assunto imparcialmente.
Por um lado, eu percebo a intenção e apoio a causa, visto que o racismo não pode ser utilizado como desculpa em situação alguma, contudo não se pode afirmar com certeza que não existam fãs e músicos racistas e muito menos que não existem letras com conteúdo político porque de facto existem e até são bastantes.
Encaremos a realidade, os metaleiros nunca foram reconhecidos por serem sempre os bons da fita e muito menos por  retratarem apenas factos de ficção.
Concluindo, não cataloguemos tudo em preto ou branco quando o cinzento é perfeitamente um meio termo eficaz, pelo menos neste caso.

PS: Duas músicas que podem ser referidas como especificamente políticas, ou pelo menos de carácter social, são a Angel of Death dos Slayer e a Prison Song dos System of a Down.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Parental advisory

Em 1985, já o heavy metal tinha dado ares da sua graça e conquistado milhares de fãs no mundo.
Como não é de espantar, a maioria dos seguidores eram adolescentes com vidas atribuladas e com um background difícil.
Muitas vezes negligenciados pelos pais, é normal que se identificassem e refugiassem particularmente neste estilo de música mais agressivo e individualista, o que não significa que a mentalidade colectiva respeitasse essa mesma forma de estar.
Neste mesmo ano surgiu nos Estados Unidos da América, a Parents Music Resource Center. Cabeceada por Tipper Gore e Susan Baker, o seu principal objectivo era banir determinados álbuns por alegadamente conterem letras explícitas que incentivavam crianças e adolescentes a actos violentos, consumo de drogas, suicídio e promiscuidade.
Por volta desta mesma altura, publicaram uma lista denominada de "the filthy fifteen" que além de múltiplas bandas de rap incluía grandes nomes do metal como Black Sabbath, Venom, Twisted Sister e Judas Priest.
Embora um acto ridículo aos olhos  de muitos fãs, a verdade é que esta associação chegou mesmo a mover acções judiciais contra determinadas bandas, acusando-os de serem directamente responsáveis por incentivarem o desenvolvimento de homicidas na população mais jovem.
Concretamente estes infelizes episódios não deram frutos, uma vez que não conseguiram reunir factos suficientes que comprovassem que a música Heavy Metal influenciava directamente de forma negativa os ouvintes.
No entanto, foi aprovada legalmente uma etiqueta, que seria colocada nos álbuns de maneira a alertar futuramente os progenitores de um possível conteúdo inapropriado a menores, deixando assim a seu cargo julgar se seria algo adequado ou não ao seu educando.
Consequentemente, ainda hoje é possível encontrar não só na América mas um pouco por todo o mundo, formatos audio com a dita etiqueta colada no canto inferior da capa.
Pessoalmente, devo confidenciar que me parece que pouco impacto têm actualmente nos progenitores, que apenas contribuiu para criar ainda mais polémica à volta da música e aumentar a venda dos álbuns uma vez que não será uma percentagem tão pequena a de adolescentes que vê a etiqueta e compra o álbum por isso mesmo, por querer quebrar as regras e adquirir consequentemente aquilo que se designa por "bad ass attitude".

PS: Fica aqui um link do Dee Snider vocalista dos TS a defender a sua posição perante o PMRC(Parents Music Resource Center).
http://www.youtube.com/watch?v=E7C5kj1VRIU


quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Universalidade

Recentemente estive na Tunísia e sim, é um país muito hospitaleiro, muito bonito mas também com óbvias dificuldades no que diz respeito ao desenvolvimento e à qualidade média de vida.
A verdade é que passei praticamente toda a estadia em estado de alienação porque a realidade que conheço parecia bem distante de tudo o que presenciei em Mahdia.
No entanto, houve um rapazinho que me despertou a atenção. Contrariamente a outros que nos diziam adeus e interagiam connosco, este simplesmente se limitou a permanecer sentado na soleira de uma casa, sozinho, num canto mais escondido de eventuais espreitadelas, com a sua t-shirt dos Black Label Society.
Talvez não soubesse o que realmente representa aquele logótipo ou aquelas palavras, mas gosto de recordá-lo como sendo a pequena esperança que nos liga a todos  em prol de algo maior, algo que espero que venha a tornar-se realmente universal, independentemente do nosso estatuto, da nossa condição financeira, da nossa idade.
Gosto de pensar que um dia todos estaremos realmente unidos, se for pelo Metal ainda melhor.
Pena que não tenha tido tempo de tirar uma fotografia ao meu pequeno herói para poder mostrar-vos.



PS: Na realidade, o metal já chegou mesmo à Tunísia. Existem pelo menos 5 bandas dos mais variados géneros desde Death, Goth, passando pelo Progressive e outras que conseguiram incorporar sons tradicionais da música tunisina.

sábado, 14 de agosto de 2010

Family Tree


Quando penso em heavy metal penso em história, fascínio, vida, morte e não apenas num género musical. É algo que transcende o simples facto de compor uma música e vender milhões de discos, é a vida que muitos escolhem, sejam músicos ou fãs.
Por isso mesmo, vale a pena ir ao fundo da questão e investigar como tudo começou e o porquê de ter começado.
A verdade é que a década de 60 não deve ser ignorada, embora só na seguinte se desse a grande explosão, bandas com os Cream e os Jimi Hendrix Experience, foram os verdadeiros inovadores que mudaram para sempre o rumo da história do rock e que depois vieram a influenciar os Zeppelin, os Sabbath, os Priest e todos aqueles que considerámos os pais ou os avós se preferirem, do heavy metal.
Tratava-se portanto da ainda apelidada era do flower power, onde tudo deveria ser resolvido com amor e com paz (L.S.D.) mas nem tudo era um mar de rosas e senhores como o Hendrix e o Clapton, provaram que estava na altura de mudar as coisas e de se expressarem verdadeiramente, não seguindo as tendências vigentes da época.
Posteriormente, já em 70, a grande mudança surgiu aquando da repressão económica e da crise financeira derivadas da Segunda Guerra Mundial, factores que abalaram a Inglaterra e os Estados Unidos e que de certa forma vieram pôr um ponto final na cena hippie e impulsionar o metal e o punk.
Assim sendo, quando pensamos que este género musical é algo inovador e que em nada se relaciona com o que existiu previamente, estamos a ser no mínimo hipócritas e a ignorar factos históricos.
Afinal de contas, custa assim tanto admitir que sendo  hippies, punks ou metaleiros, o que interessa é que todos tinham algo a dizer?


PS: Comprei recentemente uma biografia do Van Halen que aconselho a todos aqueles que queiram saber mais sobre o master da guitarra;onde poderão ler inúmeras entrevistas em que ele faz referência aos Cream e ao Hendrix como sendo grandes impulsionadores do seu género.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Loud!

A Loud! é uma revista nacional que foi criada no ano de 2000 e que tem como público alvo todos aqueles que gostam de sonoridades alternativas.
Sendo o seu principal objectivo divulgar todas as bandas underground da cena nacional e internacional, esta publicação apela a todos os fãs metaleiros a descobrirem algo novo todos os meses, nunca deixando de  acompanhar também todos os acontecimentos mais recentes do meio.
Para além disso, a revista é completa com reviews de álbuns, entrevistas e tanto o melhor como o pior dos concertos realizados em solo português.
No entanto, não querendo com isto retirar-lhe todo o mérito devidamente atribuído, está bem longe de ser perfeita. 
 Ao ler a Loud! do mês passado, verifiquei que erros ortográficos são consistentes (embora passem despercebidos a um olhar menos atento) bem como a troca de palavras,o que conduz a uma interpretação totalmente diferente do texto.
Um outro aspecto a referir, é o cheiro incomodativo das páginas, não sei ao certo se será do tipo de tinta que utilizam, mas com certeza devia ser algo repensado no futuro de forma a não causar qualquer tipo de desconforto ao leitor.
 Assim sendo, a minha intenção ao escrever este post, é apelar a todos aqueles que ainda não leram a revista para o fazerem, sejam curiosos e opinem sobre o assunto.
 Vejam por vocês mesmos se esta revista pode ou não estar à altura de competir com uma Revolver*.



* revista do mesmo género oriunda dos Estados Unidos

PS: Esta é a capa de Julho. Nesta edição poderão ler um texto meu, que foi nomeado como a carta do mês.


quarta-feira, 21 de julho de 2010

Ensaios alternativos

Praticamente desde sempre que o consumismo é algo que faz parte da nossa sociedade.
A procura doentia por bens materiais que maioritariamente pouco ou nada contribuem para o nosso dia-a-dia é incontrolável, o que faz com que o governo e certos investidores privados, desembolsem uma determinada quantidade de dinheiro na construção de um novo centro comercial, sempre na expectativa de obter imenso lucro.
Num país tão pequeno como o nosso era desnecessário que tal acontecesse, até porque muitos destes espaços estão agora abandonados ao pó e à escuridão, face à construção de novos, maiores e mais modernos shoppings.
Embarquemos então numa viagem ao passado para melhor entender aquilo a que me refiro.
Novembro de 1982. Data em que é inaugurado o Centro Comercial Stop, segundo maior centro do Porto a seguir ao Brasília.
Localizado junto à estação de Campanhã e com mais de cem lojas, o Stop era o ponto de encontro entre diversas gerações, quer para o referido consumismo, quer para conversas e escapadelas a meio da noite.
No entanto, a realidade agora é outra. Este "moderno" centro comercial, há muito abandonado, foi transformado naquilo a que muitos chamam a maior sala de ensaio do país.
Inúmeros músicos converteram antigas lojas em locais de ensaio, impedindo assim que o que outrora fora um grande espaço, morresse no esquecimento.
É possível vaguear por aqueles corredores e ouvir um solo duma guitarra, comprar novas cordas ou novos pratos para a bateria e passar uma noite muito bem passada no Metalpoint, um dos bares da cidade onde se ouve bom metal e se assiste a muito bons concertos.
Felizmente a música não morreu com o consumismo e mais uma vez, pessoas com gostos alternativos encontraram uma maneira por si só também alternativa, de fazer algo muito bom.


sábado, 26 de junho de 2010

TMS

O That Metal Show (TMS) é um programa americano com duração de meia hora que surgiu em 2008.
Dedicado a abordar todo o tipo de assuntos relacionados com o hard rock e o heavy metal tanto no passado como actualmente, demonstra que os metalheads não só podem como são, extremamente cultos.
Comandado por três apresentadores, dois dos quais comediantes, o programa tem tido grande sucesso entre a comunidade de metaleiros nos Estados Unidos (e provavelmente no resto do mundo),provando mais uma vez, que não são só os outros estilos de música que merecem atenção e a dedicação de um canal televisivo.
Assim sendo, é possível acompanhar todos os episódios no vh1 classic semanalmente mesmo não tendo acesso ao canal, uma vez que todos os episódios se encontram online.
Portanto, aconselho vivamente a quem adora saber tudo sobre as bandas e a quem quer passar uma boa meia hora na risota a ver pelo menos um episódio antes de decidir se vale a pena ou não.


PS: Com a mania que nós temos de "importar" todo o tipo de programas estrangeiros, pode ser que este venha a ser mais um e que eu possa vir a fazer parte dele.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Slash no Coliseu do Porto

Mal tenho palavras para descrever tudo o que aconteceu nesta noite mas prometo tentar aproximar-me com o maior rigor possível da realidade.
Coliseu, duas horas e meia da tarde e já se encontravam à volta de trinta pessoas sentadas nas escadas a aguardar, uns mais ansiosos que outros, para assistir àquele que muitos consideram como um dos maiores guitarristas do mundo.
Os fãs vinham de diferentes pontos do país e abrangiam praticamente todo o tipo de estilos e idades, esforçando-se ao máximo para aguentar da melhor maneira as muitas horas que ainda tinham pela frente até ao grande concerto.
Por volta das oito e meia abriram finalmente as portas e a verdade é que a antecipação era palpável no ar e que praticamente todos já estávamos com o nervoso miudinho por finalmente concretizarmos um dos maiores sonhos da nossa vida.
Cerca de duas horas depois, é finalmente possível vislumbrar a silhueta de alguém com uma cartola na cabeça; é o Slash! afirmam com convicção e todos gritam de êxtase à sua entrada em palco.  
O resto da noite foi  inesgotável, muitos saltos na plateia, muitos sorrisos por parte de M. Kennedy (vocalista convidado), muitos mais elogios de ambas as partes e a satisfação de uns e de outros.
Além da diversão geral, foi possível ainda reviver muita da discografia do guitarrista, desde músicas dos álbuns dos Guns n' Roses, até ao mais recente álbum a solo, não deixando nunca para trás o Snakepit e a época dos Velvet Revolver,  bem como ouvir solos e interpretações de grandes músicas, tais como o solo do Godfather Theme, Voodoo Child de Jimi Hendrix e Communication Breakdown dos Led Zeppelin mas sem dúvida que o ponto alto da noite foi a Sweet Child of Mine.
Mas a verdade é que embora o concerto tenha feito as maravilhas de todos os que puderam estar presentes, não foi totalmente bem concedido uma vez que o som do microfone estava muito abaixo do que devia e portanto todos tivemos dificuldade em ouvir a voz fantástica de Kennedy.
Concluindo, à parte de alguns erros técnicos, é seguro afirmar que Saul Hudson vai deixar saudades na cidade invicta e que todos esperam poder repetir a noite memorável de dia 22 de Junho.



quarta-feira, 9 de junho de 2010

Old vs. New Metal

Como é do conhecimento geral, algumas bandas mais recentes (por recentes entenda-se formadas a partir dos anos 90) são consideradas bandas de new metal (ou nu metal), termo esse muitas vezes utilizado de modo pejorativo.
No entanto, o verdadeiro significado desta designação é atribuído a bandas que foram largamente influenciadas não só pelos avós do heavy metal, digamos assim, mas também por outros géneros musicais como o raggae, o rap, o funk, etc e que combinaram todos estes estilos num só.
Quem poderá ser um dos principais impulsionadores deste género de metal é Ozzy Osbourne, uma vez que convidou inúmeras bandas recém formadas para participarem no Ozzfest, um festival criado por si e pela sua mulher que incorpora tanto bandas de renome mundial como algumas menos reconhecidas, criando assim notabilidade a bandas como System of a Down, Slipknot e Limp Bizkit, entre outras.
Embora estas sejam as bandas mais recentes e muito apreciadas, existem inúmeros fãs que afirmam que estes não passam de posers e que o verdadeiro metal foi feito nas décadas de 70 e 80, acusando-os assim de não serem verdadeiros metaleiros e de terem perdido a autenticidade atribuída ao som do metal.
Analisando os prós e os contras a verdade é que o new metal veio abrir as portas para uma maior globalização da música, veio contribuir também para a ruptura de muitos mitos que existiam em relação ao metal e já para não falar que contribuiu para uma maior abrangência de público.
No entanto, este último ponto poderá não ser assim tão favorável se pensarmos que o metal deixou de ser um estilo de vida para apenas aqueles que o compreendem, passam a ser um estilo de vida para todos aqueles dispostos a adoptá-lo.
Ainda por outro lado, é inegável afirmar que os anos 70 e 80 foram  sem dúvida nenhuma anos de ouro,  com o aparecimento de bandas que ainda hoje são não só grandiosas sonoramente, mas  que também conseguem criar um grande espectáculo.
 São músicos que por muitos anos que passem ainda nos causam aquele arrepio na espinha, facto que acho que não acontece tão frequentemente com as bandas mais recentes.
Portanto, no caso de eleger a melhor época do metal,  tudo não passa de uma opção de escolha individual e quanto ao que será melhor musicalmente, que venha o diabo e escolha.

domingo, 6 de junho de 2010

Vícios

Provavelmente um dos lemas mais conhecidos mundialmente é"Sex, Drugs and Rock n' Roll" o que digamos se aplica bastante bem ao metal.
Algures na sua carreira já todas as bandas tiveram a sua cota de vícios, quer sejam drogas, álcool ou sexo com as groupies e praticamente todas elas tiveram que lutar para que os seus actos não acabassem por prejudicar irremediavelmente a sua carreira e mais que isso, a sua paixão.
Se portanto não é estranho que uma pessoa seja viciada neste meio, porque não pode ser um fã viciado em heavy metal? Fã que é fã vive com, para e pelo metal, facto que pelo menos a mim não me causa qualquer estranheza.
No entanto, fiquei bastante intrigada quando li a publicação online de uma notícia onde se afirma que na Suécia um metalhead foi acusado de ser dependente de metal só porque não consegue conter este estilo de vida, o que acaba por prejudicá-lo em tudo o resto.
Posto isto, e após avaliação psicológica, foi acusado de possuir uma doença mental, pelo que lhe foi atribuída uma pensão de invalidez no valor de 400 euros por mês.
Conclusão, não sei se hei-de rir se ficar enfurecida com tamanha estupidez.
Parece-me claramente óbvio que  o governo não racionalizou bem o problema como devia, apenas se limitou a estereotipar a situação uma vez que se trata de um metaleiro.
Malucos sim, mas neste caso, também mais abonados.


PS: Ao que sei o António Freitas é viciado em metal, porquê que o nosso governo não lhe atribui uma pensão de invalidez, também?
Com certeza que ele agradecia os 400 euros extra na conta bancária ao fim do mês.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Metal em Portugal

Tal como no resto do mundo, o metal também chegou a Portugal na década de oitenta mas infelizmente muitos dos pioneiros não foram reconhecidos como tal, acabando pouco depois no esquecimento.
Nesta época, os meios de comunicação não eram muito apologistas da ideia de passar sonoridades pesadas que começavam a surgir lá fora, o que dificultava a vida aos curiosos pois não tinham como contactar com este tipo de música.
Por isso, começaram a ser criadas rádios piratas e fanzines por todos aqueles que se interessavam pela cena metaleira, publicitando as bandas portuguesas e mostrando as novidades mundiais, o que permitiu criar aos poucos e poucos uma legião de metalheads.
Os primeiros grandes impulsionadores surgiram em 1979, os NZZN conjuntamente com os Xeque - Mate,   que vieram introduzir o hard rock/heavy metal ao nosso país.
Apenas dois anos depois formaram-se as bandas Tarantula e  Sepulcro, oriundos do norte e da margem sul, respectivamente.
Seguidamente surgiram muitas mais bandas por todo o país, largamente influenciadas pela NWBHV ( New Wave of British Heavy Metal).
Os STS Paranoid, os Valium, os Ibéria e os Ramp (já na década de 90), são algumas das muitas que podem ser referidas.
Assim, quando pensarem que o metal português se resume aos Moonspell, lembrem-se que embora tenham sido muito importantes na divulgação de Portugal, não foram nem de longe os primeiros a surgir e que é importante saber que por cá, tal como noutros países, também se fez metal muito bom.

 (STS( Satan Take Our Souls) Paranoid)


PS: Os Tarantula já actuaram com bandas de renome mundial. 
Partilharam o palco com os Deep Purple, Manowar, Hamerfall, Motörhead, Helloween entre outros. 
Antes de serem os Tarantula a banda chamava-se Mac Zac.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Novos formatos vs. velhos hábitos

Sabem aquela velha sensação de comprar um álbum acabado de sair nas lojas e de o querer absorver até ao mais ínfimo pormenor?
 Pura e simplesmente já não tem a mesma piada com os novos formatos de audio.
Quer dizer, é claro que ainda vou meticulosa e religiosamente todas as semanas à Fnac à procura de novos lançamentos ou de algo que ainda não tenha visto e que me possa suscitar algum interesse mas não é a mesma  coisa chegar a casa e passá-lo para o i-pod.
Não que seja mau, se compararmos o peso deste (i-pod) com o peso dos antigos leitores de cds portáteis vê-se bem a vantagem, e nem sequer vale a pena mencionar a era do vinil, mas simplesmente havia outro entusiasmo, outra vontade de descoberta que hoje já não cativa tanto e a procura às vezes já não compensa.
Será que devemos mesmo sacrificar o prazer de ouvir um bom álbum de metal em prole das novas tecnologias?


quarta-feira, 26 de maio de 2010

Metal Camp

Metal Camp é o nome de um festival que se realiza anualmente na República da Eslovénia, desde o ano de 2004.
Na realidade, pouco ou nada sei a respeito deste festival para além do que acabo de referir acima mas fiquei bastante intrigada porque para além de nunca antes ter ouvido falar, acaba por ser semelhante ao cruzeiro metaleiro do qual já vos falei.
Durante uma semana, mais de uma centena de metalheads juntam-se na cidade de Tolin, montam as tendas de campismo e vão todos para a praia enquanto não chega a hora dos concertos.
Agora imaginem a cena mais bizarra que será, ver uma pequena praia coberta de preto por todo o lado, principalmente à população local que não deve estar nada habituada a isso.
 Quanto a vocês não sei mas a mim soa-me a paraíso e se pudesse era sem dúvida um festival a não faltar.
Se quiserem saber mais informações ou consultar os cartazes, visitem www.metalcamp.com .


segunda-feira, 24 de maio de 2010

Look from hell

Toda a gente sabe o que define um metaleiro, basta olhar duas vezes para um.
T-shirt geralmente com o logo de uma banda, jeans ou calças pretas, sapatilhas all star  ou botas e obviamente o cabelo comprido, embora hoje em dia já nem se use tanto.
Quanto às raparigas que gostam deste género, embora também adoptem o mesmo estilo que os rapazes, geralmente têm mais dificuldade neste assunto porque embora sendo metaleiras, não deixam de querer parecer femininas.
E as tatuagens. Cobrir a pele acaba por ser mais um dos complementos que confere um visual completo a um metalhead.
Por esta altura já estarão a pensar que fui escolher o tema mais fútil e mais dispensável que mencionei neste blogue, no entanto não devemos esquecer que este é um dos principais pontos em que a sociedade se foca e que por isso nos discrimina.
É que  não consigo evitar de pensar que se todos os metaleiros do mundo se vestissem formalmente num dia especifico do ano, só para ter a reacção dos "normais" seria a coisa mais hilariante de sempre porque mais uma vez seriamos discriminados, não por usar o que normalmente usamos mas porque adoptámos o estilo deles.
Concluindo, somos o que somos e ainda bem que assim o é, caso contrário seriamos todos iguais. (fiz algum sentido?)


PS: Sugestões de lojas com roupas para miúda são muito bem vindas.

sábado, 22 de maio de 2010

Headbanging

Quem é o verdadeiro metalhead que não gosta de fazer headbanging  enquanto ouve a sua banda preferida no carro, em casa ou até mesmo durante um concerto? 
É aquele momento em que estamos realmente em sintonia com a música e com aquilo que sentimos, não só emocionalmente mas também fisicamente, para além de que é uma das melhores maneiras que conheço de libertar alguma adrenalina.
Embora esta seja a maneira como "dançamos" ao som do heavy metal, especialistas dizem agora que pode ser extremamente perigoso se não for feito com algum cuidado.
Estudos têm sido feitos em relação a este assunto e concluiu-se que quando feito um ângulo maior do que 75º a uma velocidade elevada, o pescoço pode ficar severamente magoado temporariamente se não mesmo, irreversivelmente.
E a verdade é esta: quem não se lembra do Jason Newsted sair dos Metallica queixando-se que estava com sérios problemas no pescoço por fazer headbanging com tanto ferocidade?
Deixo aqui também uma entrevista feita ao baixista/vocalista dos Slayer, onde ele fala claramente que teve de ser operado às costas (sim, isso mesmo) devido ao headbanging.
 Não esquecendo que estamos a falar de um músico que já estaria habituado à intensidade do movimento, portanto imaginemos agora o quanto pode prejudicar um fã que se entusiasme demasiado e que se deixe levar sem pensar nas consequências.
Concluindo, o que é preciso é ter cuidado. Obviamente que o headbanging nunca vai deixar de existir mas basta fazê-lo com moderação para que tudo continue a correr bem.

domingo, 16 de maio de 2010

Ronnie James Dio

Hoje os metalheads de todo o mundo sofrem com a perda de um dos maiores cantores do Heavy Metal, Ronnie James Dio.
Faleceu hoje às 7: 45 da manhã quando já não conseguiu resistir mais ao cancro de estômago que lhe foi diagnosticado à um ano atrás.
Conhecido como aquele que criou os devil horns e que revolucionou  toda a industria, era sem dúvida nenhuma o senhor mais cavalheiro e mais lutador do meio.
Recentemente unido aos antigos companheiros de Black Sabbath, criou os Heaven & Hell e que estariam numa tour pela Europa, tour essa que passaria por Portugal no dia 8 de Julho, no Festival Optimus Alive. Infelizmente a tour não poderá ser remarcada.
Por isso hoje, os nossos devil horns vão para ti Dio, para que saibas que estarás sempre connosco quer seja num concerto, num bar de metal, a meio de um solo de guitarra. Sempre.




sábado, 15 de maio de 2010

Religião

Ficamos sempre com os créditos de tudo o que é mau e negro no universo. Se alguém tem culpa são os metaleiros. E porquê? Porque não são cristãos. Mentira.
Há todo o tipo de fãs espalhados por aí. Cristãos, judeus, budistas, há islamistas e claro, não vamos dizer que não, existem aqueles que têm uma religião mais alternativa, mas todos nós, uns mais que outros, temos as nossas crenças independentemente de tudo o resto.
E não duvidem quando vos digo que dezenas de metalheads devem ter estado em Fátima misturados na multidão, fascinados com a presença do Papa, embrenhados em orações e possuídos pela fé.
Ninguém pede que de repente se aceitem os metaleiros na sociedade ou que sejamos considerados a próxima grande moda entre os adolescentes, apenas que nos deixem ter a nossa opinião.
Para mim, existem uma única verdade: deus não é Grande, mas o Metal é e sempre Será.




quinta-feira, 13 de maio de 2010

Air Guitar

O Air Guitar surgiu algures na década de 80, com a necessidade que os fãs tinham em imitar os seus ídolos.
Inicialmente era completamente louco.
 Bares de metal a abarrotar de miúdos que levavam as suas próprias guitarras (em cartão a imitar as verdadeiras) para libertar a adrenalina que sentiam ao ouvir aquele estilo de música.
Hoje em dia é algo totalmente diferente, com um significado muito maior.
Para os praticantes de air guitar, este estilo de vida digamos assim, é uma verdadeira paixão,não só é uma forma de estarem a tocar para um público que vibra com cada movimento, como também têm a oportunidade de pisar um palco onde muitas grandes bandas deram os primeiros passos.
Há quem ache que não passa tudo de uma brincadeira de adultos, quem pense que é a coisa mais idiota de que já ouviu falar.
No entanto, há aqueles que o fazem por amor, por liberdade, por total entrega àquele momento em que a guitarra "virtual" e o músico são um só.
Na minha opinião, o air guitar é apenas uma forma de expressão, e que tal como todas as outras deve ser respeitada, mesmo não sendo compreendida.
Porque se todos nós no mundo possuíssemos uma guitarra destas e andássemos orgulhosamente com ela na mão, ninguém apontaria uma arma à cabeça de outra pessoa.





PS: Vale a pena ver o Air Guitar Nation, um documentário sobre o campeonato mundial de air guitar.



domingo, 2 de maio de 2010

Heavy Metal flutuante

Por muito que a sociedade queira destituir o heavy metal, (quer seja por questões morais ou económicas) a verdade é que sobreviveu durante mais de quatro décadas e julgo que continuará assim.
No entanto, a crise já começou a afectar todos os sectores e a música não é excepção, pelo que a indústria faz de tudo para que as vendas continuem e para que as bandas possam continuar a sobreviver.
É com espanto que digo, desta vez conseguiram inovar e surpreender.
No início do próximo ano, 2000 metalheads terão a oportunidade de fazer um cruzeiro até às Caraíbas durante 5 dias, nada mais nada menos do que acompanhados por cerca de 40 grandes bandas de metal!
O bilhete varia consoante a vista da cabine  e inclui refeições, bebidas não alcoólicas, frequentar todas as salas do navio (bares, piscinas, ginásio, etc) e assistir a todos os concertos e actuações ou seja, fazer um cruzeiro na companhia dos melhores metaleiros.
Neste momento ainda não estão confirmadas todas as bandas, mas os portugueses Moonspell já têm presença marcada entre os grandes.
Tenho a certeza absoluta que quando a divulgação dos media começar, os bilhetes esgotam num mês e mais ainda, que vai ser uma das melhores experiências de sempre.
Portanto, ponham-se a pau fãs do metal porque pela primeira vez na vida, existe um sítio onde para além de passarmos momentos de descontracção, podemos realmente ser genuínos sem que ninguém nos julgue.


quinta-feira, 29 de abril de 2010

Reencontro

Clash of the Titans.
Isto faz-vos lembrar alguma coisa? Não, não me estou a referir ao mais recente filme de Louis Leterrier .
Imaginem que estamos no ano de 1991, correm rumores de que o festival do ano passado se vai repetir e as expectativas são enormes!
O sonho dos fãs de trash metal está prestes a acontecer. Megadeth, Metallica, Slayer, Anthrax e Alice in Chains (que ainda não eram reconhecidos), todos os titãs da época reunidos num só palco, numa só arena.
Quem teve o prazer de lá estar nunca esquece. O coro de vozes a acompanhar o vocalista, o headbanging frenético naquela música em particular, o moshepit alucinante.
Os que foram guardam as memórias e a adrenalina, aqueles que como eu só ouviram falar e imaginam como terá sido, têm inveja dos que puderam ir.
Mas agora chegou a nossa vez.
Este ano, os titãs voltam a reunir-se em Istambul nos dias 25,26 e 27 de Junho juntamente com Rammstein , Heaven & Hell entre outros.
Quem poder que agarre  agora esta fantástica oportunidade para ver aquele que deve ser um dos melhores festivais do ano.

PS: Os bilhetes estão à venda a partir de 5 de Maio.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Orgulho fingido

Longe vai o tempo em que usar o logo de uma banda era o maior motivo de orgulho para um fã. Custa-me admitir isto mas hoje em dia qualquer um usa uma t - shirt de uma banda, simplesmente porque gostou do design ou porque quer parecer que sabe muito sobre o assunto.
Não me levem a mal ou me tomem por ignorante, bem sei que sempre existiram posers mas nós sabíamos sempre quem eles eram e bastava manter a distância para que não nos incomodassem tanto.
Agora custa-me. Passear em qualquer lado é penoso pois para qualquer lado que olhe lá está mais um com uma t-shirt que em nada lhe diz respeito.
Rolling Stones, Pearl Jam, Nirvana, Guns N' Roses, já para não falar nas milhentas dos Metallica que já vi serem exibidas como se fossem a coisa mais preciosa do mundo mas aquele orgulho, aquela satisfação interior, pouco ou raramente se vê.
Concluindo, aqueles que o sentem de coração e que usam o logo para demonstrar isso mesmo, devem ser louvados, todos os outros, well, vamos encarar isto como uma moda que eventualmente vai passar.


terça-feira, 20 de abril de 2010

Life on the road

Muitas vezes nos torturámos por saber que um álbum novo saiu e que portanto isso significa uma nova tour, tour que por sinal não engloba o nosso minúsculo país. Merda.
Nessa altura, damos cabo da cabeça e apetece-nos logo mandar a banda bugiar, esquecemo-nos é que estar na pele deles também não é fácil.
Quer dizer, bem é certo que o fazem por gosto e digamos que não ganham propriamente mal, mas não deixam de passar meses, às vezes mais, longe de casa e da família.
Nós apenas sonhamos com a ideia de passar momentos incríveis na estrada com a banda, de ir de cidade em cidade dar um fantástico concerto e viver o sonho e acima de tudo ser reconhecido no meio musical.
O mar não é só feito de Jack Daniel's, antes fosse. Divórcios acontecem, perdem-se nascimentos dos filhos, comemorações importantes, aniversários, funerais e nesta altura já só apetece desistir de tudo e voltar para casa.
Isto já não falando na quantidade de incidentes que acontecem nas tours. Voos cancelados, acidentes na estrada, perdas de companheiros de banda.
Sim é verdade que no fim do dia são os fãs que fazem um concerto, são os fãs que movem a indústria e que mantêm as bandas vivas mas isso não quer dizer que tenham de viver exclusivamente para nós e para nosso intretenimento.



quinta-feira, 8 de abril de 2010

Old Bridge Militia

Quando nos referimos a metalheads geralmente falamos dos fãs dedicados que vivem para a música, aqueles que vão a todos os concertos, esperam em todas as filas ao relento para comprar os mais recentes álbuns, aqueles que apoiam incondicionalmente as bandas que gostam, aqueles que não aceitam merdas de ninguém. Mas mesmo esses parecem insignificantes comparados com os senhores de que vos vou falar agora.
Surgiram algures nos anos 80, talvez em 82 (se estiver enganada por favor não levem a mal) e apelidavam -se de Old Bridge Militia, uma vez que Old Bridge era o nome da cidade onde moravam em New Jersey.
Constituído por cinco amigos, os Militia era o grupo de metalheads mais dedicado e mais fiel ao metal que se conhecia na altura, chegando mesmo a disponibilizar as suas casas a bandas que não tinham onde passar a noite ou que ainda ultrapassavam períodos de dificuldades económicas.
Por isso ficaram extremamente conhecidos no mundo do metal, digamos que não é todos os dias que fãs têm o privilégio de terem em sua casa bandas como Metallica, Megadeth ou Slayer.
Infelizmente, apenas restam quatro dos Militia originais, um deles faleceu o ano passado após um terrível incêndio, pelo que podemos dizer com certeza que foi uma grande perda para a comunidade de metalheads em todo o mundo.
No entanto, todos eles merecem ser recordados.
Linda, Jethro, Ray, Joe e Bobby, os eternos metalheads que não tiveram medo ou vergonha de se afirmarem como verdadeiramente são.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Andanças

Como muitos devem saber, este é um período de férias e portanto conjuntamente com um grupo de jovens aventureiros, decidi explorar as terras de sua alteza, a rainha de Inglaterra.
Londres foi o destino que escolhemos para passar 5 magníficos dias e eu tinha por objectivo explorar a cidade não só do ponto de vista de uma visitante mas também através do olhar de uma fã de metal.
Negligenciando a imensidão de pubs que passam música metaleira, visto que infelizmente não visitei nenhum, há um local onde todo o metalhead se sente verdadeiramente no paraíso, um lugarzinho chamado Camden Town.
Apelativo à vista pelas fachadas trabalhadas e pelo ambiente que se sente, Camden acolhe todo o tipo de gente alternativa, o que permite a qualquer pessoa sentir-se confiante na sua própria pele e portanto pode-se afirmar que é uma verdadeira mina de ouro para todos aqueles que sentem que não se enquandram em lado nenhum.
Por cá queixamo-nos da falta de variedade e de escolha, lá é exactamente o oposto. A oferta é imensa e como nos é praticamente atirada, acabamos maravilhados e sem saber ao certo o que comprar.
Resumindo, é um sítio mágico e impecável mas apenas para quem vai com objectivos definidos do que procura e certo do que quer comprar.
Vale muito a pena dar um saltinho a Camden Town se estiverem em Londres.




quarta-feira, 17 de março de 2010

Publicações

Gostaria de pedir desculpa pelo post anterior onde me refiro que a nível nacional apenas a Loud se centra na música heavy metal, não é de facto verdade. Existe uma outra revista fora de Portugal continental e outras em suporte web igualmente boas que eu desconhecia, uma delas a Versus.
Portanto, aqui fica o site desta última, para que dêem uma vista de olhos e digam de vossa própria justiça o que acham.
Para além disso, deixo aqui também um género de um motor de busca onde podem ter acesso revistas e publicações gratuitas e fazer o download para o vosso computador, bastando para isso fazer um simples login.
Cumprimentos, stay metal \m/


PS: Versus: http://elementosasolta.com/versus/


domingo, 14 de março de 2010

E os papões somos nós!


Todos nós passamos pela experiência de ter medo de monstros quando éramos pequenos. Sendo por não comer a sopa ou porque simplesmente as sombras no nosso quarto não nos deixavam dormir descansados, todos passamos mais ou menos por essa experiência.
A questão que se coloca no entanto, é o que é que fazemos quando os monstros somos nós.
O que fazemos quando as pessoas nos olham de lado, quando acham que temos algum pacto com Satanás porque "eles ouvem música demoníaca" e "tão novinhos e já não há nada a fazer para os salvar".
Que fazemos nós perante tais desconfianças e acusações? Rimos. Rimos e achamos toda a situação completamente ridícula.
 Não somos nós que devemos ser temidos ou julgados por ouvirmos o que ouvimos, por nos vestirmos como bem entendemos ou porque alguns de nós escolhem uma religião diferente dos demais, a igreja puniu milhares de inocentes durante centenas de anos só porque sim e poucos foram aqueles que ousaram pô-los em causa, portanto porque hão de nos condenar?
Nós que somos os mais honestos, nós que lidamos com os nosso demónios todos os dias, em vez de nos escondermos atrás de orações que não dão certezas de nada a não ser da hipocrisia e da lavagem cerebral que pode ser feita ao ser humano.
 Nós que temos a capacidade de praticar o bem e o mal tal como todos os outros mas somos vistos como papões, como alguém a ser evitado na rua porque não nos limitamos a ser mais uma das ovelhas no rebanho. 
Sim, sou metaleira e não acredito em Deus, é um facto, mas sinto-me bem por assim ser e um não influencia necessariamente o outro. Não é por ouvir metal que não acredito, isto não é um padrão e portanto não tenho que ser julgada por isso.
Julguem-se aqueles que são atrozes para com as outras pessoas e mesmo esses, julgue-se perante a lei dos homens e não a consciência dos mesmos.
Deixemos os papões para quem não come a sopa ou para os muitos que por detrás da máscara de bom samaritano, são mais demoníacos que todos os metaleiros juntos.


terça-feira, 2 de março de 2010

Importação de conhecimento

Imaginem que somos verdadeiros sugadores do conhecimento e que queremos saber cada vez mais sobre determinado assunto porque aquilo até nos dá  um certo prazer. Nesta altura restam-nos duas opções: recorrer à internet e pode ser que tenhamos a sorte de encontrar só dados fidedignos ou então os suportes físicos são a melhor opção.
No metal acontece exactamente da mesma forma.
Os apaixonados vão tentar por a mão a tudo quanto seja possível e aí, surge uns dos primeiros obstáculos: a língua.
Infelizmente, muito pouca da informação é literalmente traduzida para português o que causa algum transtorno às pessoas que não têm um inglês fluente, pois no meio da tradução perdem-se sempre pormenores importantes.
A segunda barreira é a escassa informação que cá nos chega.
Os livros e os álbuns só se encontram disponíveis vários meses depois (o que é desesperante para qualquer verdadeiro fã), já para não falar do custo acrescido que tanto estes como as revistas, ficam sujeitos. Isto se de facto o produto estiver disponível aqui em Portugal, o que nem sempre acontece.
Centrando agora a minha ideia neste último ponto; o das revistas, é comum afirmar que poucos são ainda aqueles, os verdadeiros fãs, que gostam e se entusiasmam com a compra de uma revista, de um cd, ente outros, mas digamos que mesmo esses não têm grande opção de escolha.
Entre a Loud, as fanzines mais conhecidas e pouco mais, muito pouca é a imprensa portuguesa que se dedica ao heavy metal, o que digamos que deixa muito a desejar.
No caso de não nos contentarmos com o que é nacional, temos sempre a opção de recorrer às revistas importadas, não fosse o caso de cada uma delas ter um custo mínimo de 5 euros.
Pois é, isso mesmo. Quando nos deliciamos e somos aliciados ao ver as magníficas capas metaleiras, quase que caímos no intuito de comprá-las imediatamente, não fosse o caso de a etiquetazinha branca estar lá bem visível, para nos fazer abrir os olhos.
Ou seja, a nossa liberdade de escolha acaba por não ser assim tão grande. É optar pelo que é nosso (português) ou pagar o custo acrescido do que vem de lá fora.
E é realmente uma pena.
Com tanta coisa boa à vista, como a Metal Hammer, a Revolver, a Metal Maniacs, a Kerrang! , a Metalized, a Monster, a Rock Express, a Heavy Rock, a Metal Edge, a Classic Rock e a Black Velvet, sujeitamo-nos a uma olhadela rápida enquanto esperamos por alguém na fila da Fnac.
Digam lá se não ficamos a salivar por mais?

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Metal vs. girls

A ideia de mulher é a fragilidade, o amor, a emoção, o carinho a sensibilidade com a qual contamos sempre.
Assim sendo, a mulher nunca poderia fazer parte de um meio cultural no qual se ouve música pesada, se faz moshpit, headbanging e que quanto mais álcool melhor.
O homem criou o metal, mas o mundo não é exclusivamente masculino.
Porquê que associamos as grandes bandas à ideia de masculinidade?
Porque não foi atribuído o devido valor às mulheres e consequentemente, não tinham tanta visibilidade como os seus companheiros;
Porque nos habituamos à ideia de que este género de música é feita por homens e para homens;
Porque teoricamente as mulheres não se enquadram neste meio.
A discriminação chegou a um ponto tão extremo, que as bandas femininas eram confundidas com roadies ou groupies, chegando mesmo ao ponto de serem desacreditadas e ostracizadas como músicos simplesmente por serem mulheres.
Numa tentativa de justiça e tentando a imparcialidade, verificamos sem qualquer esforço que merecem tanto os créditos como os homens.
O glam metal é um grande exemplo disso. Toda a maquilhagem, roupa e mesmo as fotografias dos álbuns eram inspiradas, criadas e influenciadas por mulheres.
Outro exemplo credível é a música, por muito duvidoso que pareça. Todas as bandas têm  pelo menos alguma dedicada a uma mulher e quem fala em inspiração fala em composição também. Concretamente a "Balls to The Wall" dos Accept que foi um grande êxito nos anos 80, foi escrita por Gaby Hauke,a manager da banda.
Depois podemos sempre mencionar grandes senhoras pioneiras e que conseguiram sobreviver apesar de tudo. Doro Pesh, Joan Jett, Alannah Myles, as Girlschool e as Heart. (algumas delas não se enquadram totalmente mas encontram-se perfeitamente as influências do metal no seu trabalho)
Felizmente hoje em dia a barreira foi alargada, transpondo a limitação de género.
No entanto ainda há quem considere as mulheres metaleiras como freaks ou maria - rapazes, quando na realidade o que nós queremos é a igualdade e a aceitação de que uma mulher pode sair-se tão bem e ser tão capaz de amar o metal como os homens.


terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Marginalidade

Tal como todos os dias no caminho para casa, estive a falar de metal com aqueles que tal como eu o apreciam e o assunto acabou por se tornar na discriminação que ainda existem em Portugal para com os metalheads.
Sim, é verdade que o metal ainda não é tão comum como o pop ou o fado, mas também não nos podemos esquecer que está muito mais implementado do que estava no tempo dos nossos pais.
Naquela altura, ouvir metal era ser marginalizado pela sociedade, era sinal que aquele adolescente não seguiu por bons caminhos e que inevitavelmente acabaria por se tornar em algum criminoso violento ou assassino.
Infelizmente, o que muitas pessoas não sabem é que é precisamente o contrário, o metal é uma maneira de libertarmos a nossa raiva e as nossas frustrações em alguma coisa que não as outras pessoas, fazendo assim com que nos sintamos melhor sem agredir os outros.
Além disso, grande parte da comunidade de metalheads são pessoas extremamente inteligentes, sensíveis, formadas e bem sucedidas na vida mas que sentem que precisam de algo mais e é aí que o metal entra.
No entanto, nada se compara a outras culturas, nomeadamente na Índia, em Israel e na China onde as ideias conservadoras tentam abafar os fãs deste estilo de música.
Concluindo, somos marginalizados e tratados de maneira diferente mas aquilo que realmente amamos, faz de nós uma família gigantesca espalhada pelo mundo.


A não perder o filme Global Metal realizado por um verdadeiro metalhead, onde se demonstra exactamente a expansão mundial do metal.
http://www.globalmetalfilm.com/03/GM_03.html

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

W.O.A.

O Wacken Open Air é um festival de metal que surgiu em 1990 na Alemanha e que tem a duração de 3, 4 dias.
Inicialmente apenas  compareciam bandas de metal alemãs mas hoje em dia, as bandas que têm o privilégio de calcar o palco do Wacken são tantas e de tão variadas nacionalidades, o que faz com que metalheads de todo o mundo compareçam.
Para mim, o Wacken combina o melhor de tudo: camaradagem entre pessoas com gostos semelhantes, a aventura de partir para a Alemanha, muita cerveja e poder assistir a concertos de bandas lendárias.
Que mais pode um metalhead pedir da vida?
Portanto, aqui ficam uma achega e a tentativa de cativar para que também vocês se deixem fascinar completamente por este fenómeno que é o W.O.A.
E já agora se quiserem levar-me até lá, avisem-me só do dia que partimos de imediato!


PS: Deixo aqui o cartaz do ano passado, pois o deste ano ainda não foi divulgado.





sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Jornalismo musical

Hoje lembrei-me que talvez poderia falar um bocadinho de um assunto que a meu ver muito peca em Portugal; a falta de presenças femininas no jornalismo musical.
Na minha opinião, a mulher é tão capaz como o homem de escrever uma boa crítica musical (boa no sentido de bem estruturada) se não melhor ainda.
No entanto, na pesquisa que realizei, encontrei apenas uma jornalista nesta área e várias críticas apelando para um melhoramento da fraca prestação dos portugueses no que toca a falar de música e sobretudo a escrever sobre a mesma.
É claro que uma vez mais há sempre excepções à regra,e neste caso puxo a sardinha à minha brasa e afirmo com certeza que o António Freitas é sem dúvida um grande exemplo. Para além de ser um pioneiro uma vez que desempenhou um papel importantíssimo na divulgação do metal, rock e hard rock em Portugal é também um profissional exemplar.
Posto isto,penso eu; porque não poderá uma mulher ser a próxima influência no que diz respeito à divulgação de grandes bandas de metal portuguesas e internacionais?
Porque não há mulheres a interessarem-se por este assunto?
Será que é um trabalho "feito para homens" ou que as mulheres o consideram como tal?
Está na hora de mudar a convenção da mentalidade neste assunto, está na hora da mudança porque em muito beneficiaríamos com ela.


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Don't think; walk

Peregrina da estrada,
Peregrina da alma,
Peregrina do mundo.

Andei,
Parei,
Inspirei fundo,
E melhor que tudo,
Deixei-me levar.

Deixa-te levar também(...)

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Limbo

Hoje apetece-me sair à rua e revoltar-me. Revoltar-me contra os padrões da sociedade, contra o conformismo e a intolerância.
Hoje fui metalhead, tal como ontem, tal como sempre me lembro de ser e fui julgada por isso.
É necessário que por viver num país onde se mete toda a camada adolescente num saco, onde se colocam as palavras discotecas, drogas e música pop, que eu me reja pelas mesmas normas, pelos mesmo ideais, caso contrário sou um ser humano estranho! -.-
Não gosto de discotecas, prefiro bares onde é possível conversar e fazer headbanging se nos apetecer, mas mesmo nesses sou olhada de lado.
Pelos padrões ditos "normais" eu não sou beta, portanto sou de certa forma posta de parte. Quanto aos metalheads acham-se melhores do que eu só porque têm a merda duma t-xirt com o logo duma banda e adoptam a maneira de vestir de um metalhead, quando na maioria das vezes não sabem sequer o que significa usar aquele símbolo, o simbolismo por detrás do desenho.
E é nesta altura que me pergunto: se o metal é alternativo, porque não posso eu ser alternativa dentro dos meus gostos e escolher não adoptar totalmente o estilo, independentemente do resto?
Porque é que eu tenho que ser "ou sim ou sopas", caso contrário corro o risco de ser considerada poser?
Portanto, hoje a minha revolta é contra todas as pessoas que não deixam os outros serem quem são, vestir o que querem vestir, falar do que querem falar e pairar livremente neste precário mundo.