segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Racismo


Enquanto andava a fazer zapping pela internet, encontrei um site no mínimo peculiar.
Trata-se de uma organização online que defende que o gosto pelo Metal não justifica o racismo e a xenofobia e que as letras não têm um conteúdo político ou racista contrariamente ao que se pensa.
A verdade é que poderia adoptar uma visão romântica e dizer que têm toda a razão ou posso simplesmente e é o que pretendo fazer, ter uma atitude mais realista e opinar sobre o assunto imparcialmente.
Por um lado, eu percebo a intenção e apoio a causa, visto que o racismo não pode ser utilizado como desculpa em situação alguma, contudo não se pode afirmar com certeza que não existam fãs e músicos racistas e muito menos que não existem letras com conteúdo político porque de facto existem e até são bastantes.
Encaremos a realidade, os metaleiros nunca foram reconhecidos por serem sempre os bons da fita e muito menos por  retratarem apenas factos de ficção.
Concluindo, não cataloguemos tudo em preto ou branco quando o cinzento é perfeitamente um meio termo eficaz, pelo menos neste caso.

PS: Duas músicas que podem ser referidas como especificamente políticas, ou pelo menos de carácter social, são a Angel of Death dos Slayer e a Prison Song dos System of a Down.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Parental advisory

Em 1985, já o heavy metal tinha dado ares da sua graça e conquistado milhares de fãs no mundo.
Como não é de espantar, a maioria dos seguidores eram adolescentes com vidas atribuladas e com um background difícil.
Muitas vezes negligenciados pelos pais, é normal que se identificassem e refugiassem particularmente neste estilo de música mais agressivo e individualista, o que não significa que a mentalidade colectiva respeitasse essa mesma forma de estar.
Neste mesmo ano surgiu nos Estados Unidos da América, a Parents Music Resource Center. Cabeceada por Tipper Gore e Susan Baker, o seu principal objectivo era banir determinados álbuns por alegadamente conterem letras explícitas que incentivavam crianças e adolescentes a actos violentos, consumo de drogas, suicídio e promiscuidade.
Por volta desta mesma altura, publicaram uma lista denominada de "the filthy fifteen" que além de múltiplas bandas de rap incluía grandes nomes do metal como Black Sabbath, Venom, Twisted Sister e Judas Priest.
Embora um acto ridículo aos olhos  de muitos fãs, a verdade é que esta associação chegou mesmo a mover acções judiciais contra determinadas bandas, acusando-os de serem directamente responsáveis por incentivarem o desenvolvimento de homicidas na população mais jovem.
Concretamente estes infelizes episódios não deram frutos, uma vez que não conseguiram reunir factos suficientes que comprovassem que a música Heavy Metal influenciava directamente de forma negativa os ouvintes.
No entanto, foi aprovada legalmente uma etiqueta, que seria colocada nos álbuns de maneira a alertar futuramente os progenitores de um possível conteúdo inapropriado a menores, deixando assim a seu cargo julgar se seria algo adequado ou não ao seu educando.
Consequentemente, ainda hoje é possível encontrar não só na América mas um pouco por todo o mundo, formatos audio com a dita etiqueta colada no canto inferior da capa.
Pessoalmente, devo confidenciar que me parece que pouco impacto têm actualmente nos progenitores, que apenas contribuiu para criar ainda mais polémica à volta da música e aumentar a venda dos álbuns uma vez que não será uma percentagem tão pequena a de adolescentes que vê a etiqueta e compra o álbum por isso mesmo, por querer quebrar as regras e adquirir consequentemente aquilo que se designa por "bad ass attitude".

PS: Fica aqui um link do Dee Snider vocalista dos TS a defender a sua posição perante o PMRC(Parents Music Resource Center).
http://www.youtube.com/watch?v=E7C5kj1VRIU