terça-feira, 2 de março de 2010

Importação de conhecimento

Imaginem que somos verdadeiros sugadores do conhecimento e que queremos saber cada vez mais sobre determinado assunto porque aquilo até nos dá  um certo prazer. Nesta altura restam-nos duas opções: recorrer à internet e pode ser que tenhamos a sorte de encontrar só dados fidedignos ou então os suportes físicos são a melhor opção.
No metal acontece exactamente da mesma forma.
Os apaixonados vão tentar por a mão a tudo quanto seja possível e aí, surge uns dos primeiros obstáculos: a língua.
Infelizmente, muito pouca da informação é literalmente traduzida para português o que causa algum transtorno às pessoas que não têm um inglês fluente, pois no meio da tradução perdem-se sempre pormenores importantes.
A segunda barreira é a escassa informação que cá nos chega.
Os livros e os álbuns só se encontram disponíveis vários meses depois (o que é desesperante para qualquer verdadeiro fã), já para não falar do custo acrescido que tanto estes como as revistas, ficam sujeitos. Isto se de facto o produto estiver disponível aqui em Portugal, o que nem sempre acontece.
Centrando agora a minha ideia neste último ponto; o das revistas, é comum afirmar que poucos são ainda aqueles, os verdadeiros fãs, que gostam e se entusiasmam com a compra de uma revista, de um cd, ente outros, mas digamos que mesmo esses não têm grande opção de escolha.
Entre a Loud, as fanzines mais conhecidas e pouco mais, muito pouca é a imprensa portuguesa que se dedica ao heavy metal, o que digamos que deixa muito a desejar.
No caso de não nos contentarmos com o que é nacional, temos sempre a opção de recorrer às revistas importadas, não fosse o caso de cada uma delas ter um custo mínimo de 5 euros.
Pois é, isso mesmo. Quando nos deliciamos e somos aliciados ao ver as magníficas capas metaleiras, quase que caímos no intuito de comprá-las imediatamente, não fosse o caso de a etiquetazinha branca estar lá bem visível, para nos fazer abrir os olhos.
Ou seja, a nossa liberdade de escolha acaba por não ser assim tão grande. É optar pelo que é nosso (português) ou pagar o custo acrescido do que vem de lá fora.
E é realmente uma pena.
Com tanta coisa boa à vista, como a Metal Hammer, a Revolver, a Metal Maniacs, a Kerrang! , a Metalized, a Monster, a Rock Express, a Heavy Rock, a Metal Edge, a Classic Rock e a Black Velvet, sujeitamo-nos a uma olhadela rápida enquanto esperamos por alguém na fila da Fnac.
Digam lá se não ficamos a salivar por mais?

1 comentário:

Hatecraft disse...

Portugal é atrasado. Além de atrasado, o que chega, chega distorcido. Portugal é pobre em ideias. Portugal é fraco em cultura. O problema não é das revistas, não é dos editores, não é dos tradutores - é do público.

Imagino que haja dezenas de editores dispostos a criar uma grande revista sobre Metal (falo de Metal porque é o assunto do blog, mas há centenas de coisas que podiam cair no mesmo saco), mas não dá, o solo é demasiado infértil para tal. Pode vir um herói que o tente fazer, sim - bastava ser milionário e estúpido. Ainda há uns quantos.

Isto, na verdade, acontece com tudo. Não há, simplesmente, divulgação de cultura underground no nosso país. Seja música alternativa (ou qualquer outra arte), sejam conhecimentos considerados ocultos, seja o que for.

Além de que os tradutores são de extrema incompetência - ou será a língua? Não me parece.