sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Metal vs. girls

A ideia de mulher é a fragilidade, o amor, a emoção, o carinho a sensibilidade com a qual contamos sempre.
Assim sendo, a mulher nunca poderia fazer parte de um meio cultural no qual se ouve música pesada, se faz moshpit, headbanging e que quanto mais álcool melhor.
O homem criou o metal, mas o mundo não é exclusivamente masculino.
Porquê que associamos as grandes bandas à ideia de masculinidade?
Porque não foi atribuído o devido valor às mulheres e consequentemente, não tinham tanta visibilidade como os seus companheiros;
Porque nos habituamos à ideia de que este género de música é feita por homens e para homens;
Porque teoricamente as mulheres não se enquadram neste meio.
A discriminação chegou a um ponto tão extremo, que as bandas femininas eram confundidas com roadies ou groupies, chegando mesmo ao ponto de serem desacreditadas e ostracizadas como músicos simplesmente por serem mulheres.
Numa tentativa de justiça e tentando a imparcialidade, verificamos sem qualquer esforço que merecem tanto os créditos como os homens.
O glam metal é um grande exemplo disso. Toda a maquilhagem, roupa e mesmo as fotografias dos álbuns eram inspiradas, criadas e influenciadas por mulheres.
Outro exemplo credível é a música, por muito duvidoso que pareça. Todas as bandas têm  pelo menos alguma dedicada a uma mulher e quem fala em inspiração fala em composição também. Concretamente a "Balls to The Wall" dos Accept que foi um grande êxito nos anos 80, foi escrita por Gaby Hauke,a manager da banda.
Depois podemos sempre mencionar grandes senhoras pioneiras e que conseguiram sobreviver apesar de tudo. Doro Pesh, Joan Jett, Alannah Myles, as Girlschool e as Heart. (algumas delas não se enquadram totalmente mas encontram-se perfeitamente as influências do metal no seu trabalho)
Felizmente hoje em dia a barreira foi alargada, transpondo a limitação de género.
No entanto ainda há quem considere as mulheres metaleiras como freaks ou maria - rapazes, quando na realidade o que nós queremos é a igualdade e a aceitação de que uma mulher pode sair-se tão bem e ser tão capaz de amar o metal como os homens.


terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Marginalidade

Tal como todos os dias no caminho para casa, estive a falar de metal com aqueles que tal como eu o apreciam e o assunto acabou por se tornar na discriminação que ainda existem em Portugal para com os metalheads.
Sim, é verdade que o metal ainda não é tão comum como o pop ou o fado, mas também não nos podemos esquecer que está muito mais implementado do que estava no tempo dos nossos pais.
Naquela altura, ouvir metal era ser marginalizado pela sociedade, era sinal que aquele adolescente não seguiu por bons caminhos e que inevitavelmente acabaria por se tornar em algum criminoso violento ou assassino.
Infelizmente, o que muitas pessoas não sabem é que é precisamente o contrário, o metal é uma maneira de libertarmos a nossa raiva e as nossas frustrações em alguma coisa que não as outras pessoas, fazendo assim com que nos sintamos melhor sem agredir os outros.
Além disso, grande parte da comunidade de metalheads são pessoas extremamente inteligentes, sensíveis, formadas e bem sucedidas na vida mas que sentem que precisam de algo mais e é aí que o metal entra.
No entanto, nada se compara a outras culturas, nomeadamente na Índia, em Israel e na China onde as ideias conservadoras tentam abafar os fãs deste estilo de música.
Concluindo, somos marginalizados e tratados de maneira diferente mas aquilo que realmente amamos, faz de nós uma família gigantesca espalhada pelo mundo.


A não perder o filme Global Metal realizado por um verdadeiro metalhead, onde se demonstra exactamente a expansão mundial do metal.
http://www.globalmetalfilm.com/03/GM_03.html

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

W.O.A.

O Wacken Open Air é um festival de metal que surgiu em 1990 na Alemanha e que tem a duração de 3, 4 dias.
Inicialmente apenas  compareciam bandas de metal alemãs mas hoje em dia, as bandas que têm o privilégio de calcar o palco do Wacken são tantas e de tão variadas nacionalidades, o que faz com que metalheads de todo o mundo compareçam.
Para mim, o Wacken combina o melhor de tudo: camaradagem entre pessoas com gostos semelhantes, a aventura de partir para a Alemanha, muita cerveja e poder assistir a concertos de bandas lendárias.
Que mais pode um metalhead pedir da vida?
Portanto, aqui ficam uma achega e a tentativa de cativar para que também vocês se deixem fascinar completamente por este fenómeno que é o W.O.A.
E já agora se quiserem levar-me até lá, avisem-me só do dia que partimos de imediato!


PS: Deixo aqui o cartaz do ano passado, pois o deste ano ainda não foi divulgado.





sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Jornalismo musical

Hoje lembrei-me que talvez poderia falar um bocadinho de um assunto que a meu ver muito peca em Portugal; a falta de presenças femininas no jornalismo musical.
Na minha opinião, a mulher é tão capaz como o homem de escrever uma boa crítica musical (boa no sentido de bem estruturada) se não melhor ainda.
No entanto, na pesquisa que realizei, encontrei apenas uma jornalista nesta área e várias críticas apelando para um melhoramento da fraca prestação dos portugueses no que toca a falar de música e sobretudo a escrever sobre a mesma.
É claro que uma vez mais há sempre excepções à regra,e neste caso puxo a sardinha à minha brasa e afirmo com certeza que o António Freitas é sem dúvida um grande exemplo. Para além de ser um pioneiro uma vez que desempenhou um papel importantíssimo na divulgação do metal, rock e hard rock em Portugal é também um profissional exemplar.
Posto isto,penso eu; porque não poderá uma mulher ser a próxima influência no que diz respeito à divulgação de grandes bandas de metal portuguesas e internacionais?
Porque não há mulheres a interessarem-se por este assunto?
Será que é um trabalho "feito para homens" ou que as mulheres o consideram como tal?
Está na hora de mudar a convenção da mentalidade neste assunto, está na hora da mudança porque em muito beneficiaríamos com ela.


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Don't think; walk

Peregrina da estrada,
Peregrina da alma,
Peregrina do mundo.

Andei,
Parei,
Inspirei fundo,
E melhor que tudo,
Deixei-me levar.

Deixa-te levar também(...)

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Limbo

Hoje apetece-me sair à rua e revoltar-me. Revoltar-me contra os padrões da sociedade, contra o conformismo e a intolerância.
Hoje fui metalhead, tal como ontem, tal como sempre me lembro de ser e fui julgada por isso.
É necessário que por viver num país onde se mete toda a camada adolescente num saco, onde se colocam as palavras discotecas, drogas e música pop, que eu me reja pelas mesmas normas, pelos mesmo ideais, caso contrário sou um ser humano estranho! -.-
Não gosto de discotecas, prefiro bares onde é possível conversar e fazer headbanging se nos apetecer, mas mesmo nesses sou olhada de lado.
Pelos padrões ditos "normais" eu não sou beta, portanto sou de certa forma posta de parte. Quanto aos metalheads acham-se melhores do que eu só porque têm a merda duma t-xirt com o logo duma banda e adoptam a maneira de vestir de um metalhead, quando na maioria das vezes não sabem sequer o que significa usar aquele símbolo, o simbolismo por detrás do desenho.
E é nesta altura que me pergunto: se o metal é alternativo, porque não posso eu ser alternativa dentro dos meus gostos e escolher não adoptar totalmente o estilo, independentemente do resto?
Porque é que eu tenho que ser "ou sim ou sopas", caso contrário corro o risco de ser considerada poser?
Portanto, hoje a minha revolta é contra todas as pessoas que não deixam os outros serem quem são, vestir o que querem vestir, falar do que querem falar e pairar livremente neste precário mundo.