domingo, 14 de março de 2010

E os papões somos nós!


Todos nós passamos pela experiência de ter medo de monstros quando éramos pequenos. Sendo por não comer a sopa ou porque simplesmente as sombras no nosso quarto não nos deixavam dormir descansados, todos passamos mais ou menos por essa experiência.
A questão que se coloca no entanto, é o que é que fazemos quando os monstros somos nós.
O que fazemos quando as pessoas nos olham de lado, quando acham que temos algum pacto com Satanás porque "eles ouvem música demoníaca" e "tão novinhos e já não há nada a fazer para os salvar".
Que fazemos nós perante tais desconfianças e acusações? Rimos. Rimos e achamos toda a situação completamente ridícula.
 Não somos nós que devemos ser temidos ou julgados por ouvirmos o que ouvimos, por nos vestirmos como bem entendemos ou porque alguns de nós escolhem uma religião diferente dos demais, a igreja puniu milhares de inocentes durante centenas de anos só porque sim e poucos foram aqueles que ousaram pô-los em causa, portanto porque hão de nos condenar?
Nós que somos os mais honestos, nós que lidamos com os nosso demónios todos os dias, em vez de nos escondermos atrás de orações que não dão certezas de nada a não ser da hipocrisia e da lavagem cerebral que pode ser feita ao ser humano.
 Nós que temos a capacidade de praticar o bem e o mal tal como todos os outros mas somos vistos como papões, como alguém a ser evitado na rua porque não nos limitamos a ser mais uma das ovelhas no rebanho. 
Sim, sou metaleira e não acredito em Deus, é um facto, mas sinto-me bem por assim ser e um não influencia necessariamente o outro. Não é por ouvir metal que não acredito, isto não é um padrão e portanto não tenho que ser julgada por isso.
Julguem-se aqueles que são atrozes para com as outras pessoas e mesmo esses, julgue-se perante a lei dos homens e não a consciência dos mesmos.
Deixemos os papões para quem não come a sopa ou para os muitos que por detrás da máscara de bom samaritano, são mais demoníacos que todos os metaleiros juntos.


1 comentário:

Hatecraft disse...

O problema não é a religião, que essas há muitas, para todos os gostos. O problema é o exagero na religião. Uma religião (não preciso de dizer qual, pois não?) que é impingida na sociedade e cujos padrões são vistos como os únicos "legítimos e correctos" força-se como império do mundo, acima da existência do homem, acima da consciência individual - que é a única coisa que temos!

Quem não assenta na moral cristã, está mal para o mundo. A revolução não pode ser feita, temos que viver agarrados ao passado.

Basta?

Queixam-se pois que ardam as igrejas às mãos dos metaleiros noruegueses quando os seus altares a Wotan, Thor, Freyja e outros foram vandalizados, parte do seu passado apagado. Não digo se concordo ou não. É vingança, pura, servida fria. A revolução acaba por ser feita, quer eles queiram, quer não.

Os noruegueses fazem-na assim, a maioria das bandas de metal fazem-no tentando abrir os olhos das grandes multidões, eu faço-o da mesma forma, restringindo-me aos que me rodeiam e com quem me preocupo.

Nós andamos por aí...

"We wear the mark - FEAR" (Heaven & Hell - Fear)